The Art of Ana Maria Plant

Part 1 – ‘Os Donos da Terra’

 

 

Os Donos da Terra

 

  • Print (1 of 200).
  • ‘Iracema Mani’.
  • 130x70 cm

 

Desde que comecei a pintar, em minha infância, venho utilizando arte como um exercício de ilustração e reinvenção com materias variados. As várias fases da minha arte ocorreram de forma espontânea, como um registro das fases sucessivas da minha vida. Esses experimentos, juntamente com sua variedade de temas, levaram a projetos e encomendas de trabalhos para empresas, eventos e cliente particulares.

 

Os Donos da Terra
  • Acrylic on board
  • ‘Panati’
  • 75x50 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Guaraype’
  • 76x76 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on canvas
  • ‘Cira’.
  • 76x76 cm

 

Os Donos da Terra Os Donos da Terra

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Guirapira’.
  • 76x76 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on canvas
  • ‘Carú’.
  • 90x90 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Aiyra’.
  • 100x70 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Abacatai’.
  • 100x100 cm

 

Os Donos da Terra

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Arace’.
  • 70x50 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Aiti’.
  • 100x50 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Oil on canvas.
  • ‘Ibaretama’.
  • 120x120 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Acambu’.
  • 90x90 cm.

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on canvas
  • ‘Urucu’.
  • 90x90cm

 

Os Donos da Terra Os Donos da Terra Os Donos da Terra Os Donos da Terra Os Donos da Terra
Os Donos da Terra Os Donos da Terra Os Donos da Terra Os Donos da Terra Os Donos da Terra

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘jaci’.
  • 100x75 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Araruama’.
  • 120x80 cm

 

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Bambui’.
  • 75x68 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on canvas
  • ‘Aisó’.
  • 100x40 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on canvas
  • ‘Tiba’.
  • 70x50 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Mocambu’.
  • 70x50 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Etuna’.
  • 76x76

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Aisó’.
  • 100x120 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Pabengatu’.
  • 160x100 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Pytumby’.
  • 100x70 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board.
  • ‘Potassaba’.
  • 100x70 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Print (1 of 200).
  • ‘Iracema També’.
  • 130x70 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Print (1 of 200).
  • ‘Iracema Kaipora’.
  • 130x70 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Print (1 of 200).
  • ‘Iracema Mani’.
  • 130x70 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Cabocla Jurema’.
  • 100x75 cm

 

Os Donos da Terra

 

  • Acrylic on board
  • ‘Aerobiara’.
  • 100x75 cm

 

Os Donos da Terra
  • Acrylic on Board
  • ‘Mimbakuera’.
  • 75x60 cm
Os Donos da Terra
  • Acrylic on board
  • ‘Tuin’.
  • 75x60 cm

 

Quando o Império Otomano conquistou Constantinopla em 1453, os europeus perderam seu acesso à Rota da Seda. Isso impediu a continuação do comércio lucrativo entre a Europa e a Ásia, de onde originavam produtos como tempêros, perfumes, seda e chá, e fez com que fosse necessário encontrar uma rota de acesso alternativa. Como consequência, uma nova era de navegações exploratórias teve início.

Os portugueses foram os primeiros a contornar o extremo sul da África e a alcançar a Índia através da nova e necessária rota para o continente asiático. Durante uma dessas navegações exploratórias iniciais, cujo objetivo era alcançar a Índia, algo aparentemente inesperado ocorreu.

No dia 9 de março de 1500 uma frota de treze embarcações partiu do estuário do Tejo sob o comando de Pedro Álvares Cabral. Seu destino final era a cidade de Calecute, na Índia. Um mês mais tarde, depois de passar pelas ilhas de Cabo Verde, na costa atlântica da África, a frota (subtraída de uma embarcação, que desapareceu) dirigiu-se ao oeste, e na noite de 22 de abril terra foi avistada. Inicialmente acreditou-se que se tratava de uma ilha, que então recebeu o nome de Ilha de Vera Cruz. Ninguém sabe ao certo por que Pedro Álvares Cabral decidiu navegar para o oeste – será que os portugueses sabiam da possibilidade de terras naquela região? Ou talvez a frota foi carregada por ventos fortes? Estariam eles procurando a embarcação perdida? – mas foi assim que a história da presença européia no Brasil começou.

O primeiro contato entre os portugueses e os nativos dessa terra recém descoberta ocorreu no dia seguinte, 23 de abril, um quinta-feira. Pedro Álvares Cabral enviou o capitão de um dos navios de sua frota, Nicolau Coelho, à praia em um bote com alguns homens. O primeiro contato com os nativos foi pacífico. Houve troca de presents. Os nativos foram descritos como pardos, nús, com nada cobrindo suas partes íntimas, e carregando arcos e flechas. Alguns deles foram levados aos navios, onde lhes foram oferecidos vinho e comida. Eles não gostaram do que provaram, de acordo com os registros históricos.

Um dos membros da frota era o fidalgo escrivão Pero Vaz de Caminha, responsável por produzir uma carta detalhando o que testemunhou na Ilha de Vera Cruz. Quando Pedro Álvares Cabral enviou um dos navios de sua frota de volta a Lisboa, com a missão de dar a notícia da descoberta ao rei, D. Manuel, esse texto, agora conhecido como a Carta de Pero Vaz de Caminha, foi um dos ítens que atravessaram o Atlântico. O navio também transportou papagaios e macacos, além de um índio – o termo “índio”, utilizado para designar os nativos das Américas em geral, foi derivado de um erro cometido por Cristovão Colombo, que pensou que havia descoberto uma nova rota à Índia quando alcançou o Caribe em 1492 – e alguns pedaços de madeira, chamada pau-brasil. D. Manuel transmitiu aos reis católicos a notícia da descoberta da nova terra, que re-batizou com o nome Terra de Santa Cruz.

Pedro Álvares Cabral seguiu viagem para a Índia, onde encontrou graves percalços. Tanto que o rei não mais o empregou em missões importantes, já que, naquele período, a Ásia ainda era o centro das atenções para Portugal. Não havia cidades ou produtos de luxo na terra nova, mas apenas uma gente nua e sem ambição. Pedro Álvares Cabral morreu na obscuridade uns vinte anos depois de sua expedição histórica.

Em maio de 1501 uma nova frota comandada por Gonçalo Coelho, que incluiu Américo Vespúcio, atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao que é hoje o Estado do Rio Grande do Norte no dia 17 de Agosto. Eles navegaram em direção ao sul, dando nomes aos lugares que passaram, e puderam determinar que a Terra de Santa Cruz era na verdade um continente. A outra informação importante que julgaram amealhar para o rei foi que, além dos papagaios, o único outro produto interessante fornecido pela nova terra era o pau-brasil. Sua madeira era similar à de uma outra árvore, presente na Ásia, da qual uma bela tinta vermelha, adequada a produtos têxteis, era extraída. Os franceses chamavam essa madeira asiática de “brazil”. O motivo era que sua cor vermelha era parecida com a cor de brasa, que se escreve “braza” em francês. Nesse context, “brazil” é uma palavra utilizada como um adjetivo. Pau-brasil significava “madeira com cor de brasa”. O tipo dessa madeira encontrado na Terra de Santa Cruz mais tarde tornou-se um produto muito em demanda na Europa, e, com o passar do tempo, o novo continente ficou cada vez mais conhecido como terra do pau-brasil. Os índios que derrubavam e carregavam o pau-brasil para os portugueses eram conhecidos como “brasileiros”.

Mas quem eram esses brasileiros?

Assim como os europeus depois deles, os povos indígenas do Brasil e do resto das Américas, eram colonizadores. Eles foram ondas de caçadores-coletores que começaram a migrar da Ásia para a América do Norte 14.000 anos atrás através do estreito de Bering, quando os níveis dos oceanos eram 100 centímetros mais baixos do que hoje, e expalharam-se pelas Américas. Eles formaram tribos e desenvolveram uma multiplicidade de línguas. Quando os portugueses chegaram, em 1500, estima-se que havia no mínimo 1.000 tribos no Brasil, com uma população total entre 5 e 13 milhões de pessoas. Eles eram, em seu modo peculiar, os proprietários do vasto território do país, que compartilhavam com suas exuberantes fauna e flora.

Os portugueses, com suas idéias européias pré-concebidas, viam os nativos como uma gente primitiva. Com a ajuda de missionários jesuítas, um programa de evangelização cristã foi implementado. Muitos dos nativos foram escravizados, embora mais tarde índios escravos foram substituídos por africanos subsaarianos ocidentais.

Hoje em dia, a população indígena totaliza por volta de 1.7 milhões de pessoas, ou 0,8% da população brasileira. Nem todo o tesouro natural com que eles coexistiram durante milhares de anos foi destruído, mas muito foi perdido. Resta saber até que ponto o exemplo dos povos nativos será seguido no futuro incerto com que se depara a humanidade no presente.

Meu objetivo foi ilustrar a Carta de Pero Vaz de Caminha com pinturas. Esse documento histórico é como uma janela aberta para um tempo em que o Brasil pertecia a uma outra gente, os donos da terra originais. Minhas pinturas foram expostas pela primeira vez em um evento em Estrasburgo comemorativo do aniversário de 500 anos da descoberta do Novo Mundo por Cristóvam Colombo. Depois na ECO 92 no Rio de Janeiro, e finalmente no London Ecology Centre, em Covent Garden.

 

 

Os Donos da Terra Os Donos da Terra

 

Our illustrated English version of The Letter of Pero Vaz de Caminha, with original Portuguese text annexed, is available online and in bookshops. ISBN: 9781453852255

 

Os Donos da Terra
  • Acrylic on board
  • ‘Panati’
  • 75x50 cm

 

 

next page

 

index

Webmaster: SBR Designer